boa Mãe que me geraste
e me deste os seios , homem
pleno , eu te estou amando ,
teu corpo molhado , teus
cabelos , teu ventre fecundo
e eternamente virgem , tu me
pariste por uma noite imensa ?
Tu me deste os grandes seios ,
eu os deixei em sangue ,
noites e noites vieram ,
eu mamando , eu crescendo ,
crescendo , de berros acordei
os astros ,
meus irmãos bichos pararam
na floresta , sentiram minha
grandeza , encheram teus seios ,
Mãe , encheram a noite , minhas
artérias se encheram , minhas veias ,
meu sexo , a floresta chamou a
ventania e gemeu com as alcateias
um canto de ameaça , vieram raios
e trovões com assombro e medos ,
tu me escondeste nas dobras do teu
ventre ,
no entanto o assombro vinha do outro
lado do mundo era o Pai Sol que me
queria saudar ,
meu claro rubro Pai , eu parei no meio
da planície som limites , homem pleno ,
há rumor de seiva , estalar de folhas
e ramos , vermes e pássaros , latejar
de minha carne ,
è quase dia agora , aì vem meu Pai
galgando as montanhas , dia glória
par nòs , Senhora minha Mãe Terra .
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