a Ana Pereira
pura ou impura pouco importa isso
simplesmente humana
súbita árvore de seios
desejos de angùstia
coberta de insultos raiva
a cada instante morres renasces
voo
com o teu olhar curvado
punhal a cerado cravado
no vento da nossa loucura
com as tuas pequenas mãos se dosas
esmagando insectos flores venenosas
com os teus lábios ardentes de febre
colados aos lábios frios da morte
caminha relâmpago na treva
ignorante sabia de que te busco
louco e cego
espermatozóide viajando rápido
uma vez mais os secretos caminhos
uma vez mais a cada instante
morres renasces no sangue na
voz no desespero com que te
chamo e me respondes
ignorante sabia visível secreta
pura impura
abres - me dàs - me os cèus e virgem
me dizes viaja - me viaja - me relâmpago