quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

VIVER E SER FELIZ

Viver e ser feliz

Os prazeres ardentes são momentâneo ,
e custam graves inconvenientes.
O que devemos cobiçar è viver
sem sofrer muito .


Aquele que sofre foge - lhe
a parte da existência
O mal è nocivo à plenitude
 da vida porque è sempre
causa do aniquilamento .

Quando o sofrimento nos
ameaça  , e receamos que
as forças defensivas nos
faleçam , suspendem - se

aos outros movimentos
do nosso coração , e então
pouco se espera de nòs ,

porque se se torna incerto
o nosso destino .

O bem estar número de
 indivíduos , que vivem
 retirados das agitações ,

depende mais da sua
disposição habitual

de pensamento que da
influência de causas
exteriores .

a  crise moral pode
surpreendê - los e
mágoa - los
momentaneamente ;

mas a força dos
acontecimentos
 meramente relativa.

Os sofrimentos
são mais  ou menos
intensos ,
conforme a época
em que nos oprimem .

O que ontem poderia
aniquilar - me ,
levemente me
incomoda  hoje .

Cinco minutos
de reflexão
basta - me .

A maior parte
dos objectos
encerram e
 apresentam
pelo menos ,
as propriedades
oportunas .

Pô - las em acção
è o que assenta a
industria da felicidade .

Há aì que farte
 instrumentos
fecundos úteis :

o ponto è saber
molda - los .

Quem não sabe
trabalhar com
eles , fere - se .

Discernir , isto è , reflectir
è o que mais importa .




SE QUERES SER FELIZ ABDICA DA INTELIGÊNCIA

Se queres ser feliz abdica da inteligência

Os tolos são felizes ; eu se fosse casado
eliminava os tolos de minha casa .

Cada cidadão , que me fosse apresentado ,
não poderia sê - lo , sem exibir o diploma
da academia real das ciências .

Olha criança , decora estas duas verdades
que o Balzac não menciona na « fisiologia
do casamento » .

Um erudito , ao pè da tua mulher , fala - lhe
da civilização grega , na decadência do império
romano , em economia politica , e atè em química
 aplicada ao extracto do espírito de rosas .

Confessa que tudo isto maior mal que pode fazer
a tua mulher è adormecê - la . O tolo não è assim .

como ignora e desdenha a ciência , dispara a queima
roupa na tua pobre mulher , quantos galanteios
 importou de Paris , que são originais de Portugal ,
porque são ditos num idioma que não è francês
nem português .

A tua mulher , se tem a infelicidade de não ter um
marido doce e meigo , começa a comparar - te
com o tolo , que a lisonjeia , e acha que o tolo
tem muito juízo .

Concebido o juízo ao tolo , concebe - lhe a razão .
concebe - lhe tudo .

Ora aì está porque eu antes queria o padre  José
 Macedo ao pè da minha mulher de cuecas  ,
do que o Barão de Sà coberto com a capa daquele
grande piegas José do Egipto .

Ris - te? ... Ses queres ser feliz abdica - te da
inteligência , convence - te , e convence os
outros de que és um paria de senso comum ,

entra nesse camarote , e diz que a nota do
« Barbeiro de Sevilha » è de Voltaire ,
e a composição- do maestro Spinosa ;

vira - te   para vitima predestinada ,
e diz - lhe que a musica è a voz dos anjos
confidentes das paixões delirantes , que dos
olhos dela  deviam partir as inspirações que
arrebataram deRaphael  Urbino , que farás
 autor da « norma » , se ouvires uma
gargalhada insofrida , deixa - os rir ,
continua  faz - te de vitima interessante ,
colhe a piedade da dama , e fala - me depois ...

Camilo Castelo Branco , in Mistérios de Lisboa ( 1853 )





quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

COMO NASCE O AMOR ?

Como nasce o amor ?

Nem eu nem vòs sabeis
como nasce o amor .
Em fisiologia , que è a
ciência do homem físico ,
não se sabe .


 A psicologia tambèm não diz nada
a este respeito . Os romances , que
são os mais amplos expositores da
matéria , não avançam coisa nenhuma
ao que está dito desde o tempo de Labão
e Raquel  ( Rachel ) atè  a neta  do arcediago
e o filho de Ricarda .

Dizer que o amor è a sensualidade ,
além da grosseira definição ,è falsidade
desmentida pela experiência .

Há um amor que não rasteja nunca no raso
estrado das propensões orgânicas .

Dizer que o amor è uma operação puramente
espiritual è um devaneio de visionários , que
trazem sempre as mulheres pelas estrelas , ao
mesmo tempo que  elas gravitam materialmente
para o centro do globo , comem e bebem à
maneira dos mortais , e atè divindades do cantor
de  Aquiles .

Eu conheço homens , sem faísca de espírito ,
que se abrasam tocados pelo amor como o
fósforo em presença do ar .
Eis aqui um fenómeno eminentemente
importante .

Ele,sò , sustenta em tese que o amor
não tem nada com o corpo nem com
o espírito .

Eu creio que è um fluido .
È pena , porém que eu
não saiba o que è fluído
para me dar aqui uns ares
padecentes , ensinando
ao leitor , mais ignorante
que eu , coisas que de certo ,
não privam de continuar
a comer , e a dormir .

Camilo Castelo Branco , In NETA do ARCEDIAGO  ( 1856 )







ESTE AMOR INFINITO E IMACULADO

Este amor  infinito e imaculado

Querida , o eu viver era um letargo ,
nenhuma aspiração te atormentava ;
afeita jà do jugo ao duro cargo , teu
peito nem sequer desafogava ,

Fui eu que te apontei um mundo largo

de novas sensações ;
teu peito ansiava
ouvindo - me contar caricias ,
do livre e ardente amor tantas
delicias !

Não te mentia , não .
Senti -  o , filha , esse
amor sagrado  imaculado ,
estrela maga  que incessante
 brilha da alma pura ao castro
amor sagrado ; afecto nobre
que jamais partilha o coração
vicio ulcerado .

Não sentes , nem recordas ,
jà sequer ?
Quem deste amor te despenhou ,
mulher ?

Eu não ! se muitos crimes me
desluzem , se podes transviar - me
seu encanto , ao menos uma só não
me recusem , uma virtude ; amar - te
tanto !

embora injúrias contra mim de cruzam ,
cuspindo insultos neste amor tão santo ,

diz tu quem fui , diz tu quem sou ,
e se è verdade o opróbrio aviltador
da sociedade .

Camilo Castelo Branco , in Poem a dedicado a Ana Plàcido ( 1857 )


O AMOR INDÒMITO

O AMOR INDÓMITO


Há casos de alucinações ,
êxtasis incendiados de fantasia ,
em que o homem subjuga ao seu
transporte as férreas considerações
sociais , fazendo - as  reflexivas de

todo o brilho da sua alegria .

È por isso que as grandes paixões
estão em juízo  prudencial . No mar
 da vida o fanal do amor è mais
resplende . Cegam - se os olhos
e entendimento ao que mais
 ansiosamente o fita . Com
a mente fixa nesse clarão
esperançoso , que tão
 frouxas rèsteas de luz
nos dà em paga de
  tremendos trabalhos ,
transcuram - se
vagas e baixios
que nos assaltam
o pobre baixel  .

O amor indómito ,
fremente e tempestuoso
e um naufrágio que se
ama , uma dor com que
 se brinca , e , enfim ,
um delírio honroso
em qualquer criatura .

Camilo Castelo Branco , in Anátema ( 1850 )



O AMOR COMO GRADUAÇÃO DA NOSSA CONSCIÊNCIA

O amor como graduação da nossa
                consciência

Ninguém sente  em si o peso
do amor que se inspira e não
 comporte . Nas máximas
aflições , nas derradeiras
do coração e da vida ,

è grato sentir - se amado
quem jà não pode achar
no amor diversão das
penas , nem soldar
o ultimo fio que se está
 partindo . Orgulho ou
insaciabilidade do
 coração humano ,
seja o que for ,
no amor que nos
dão è que  nòs
graduamos o que
valemos em nossa
consciência .

Camilo Castelo Branco ,in  Amor de Perdição
          Amor - Consciência
Camilo Ferreira Botelho Castelo  Branco




O AMOR INFINITO

O amor infinito

Da mulher que nos comove e enlava
è a parte impoluta que ela tem do céu ;
è a magia que a fala exercida obedecendo
a interno impulso , não sabido dela ,
não sabido de nòs . ali há mensagem
de outras regiões ; aqui , no peito

arque jante , nos olhos , nos olhos
amarrados de gazozas lágrimas , há
um espirar para o alto ,um  ir - se o coração
arvoando desde os olhos , desde o sorriso
 dela para soberanas e imorredouras alegrias .

Nòs  que não sabemos nem podemos ver senão
um pouquinho desse infinito     que nos entre - luz
nas graças do primeiro amor , do segundo amor ,
de quantos   estremecimentos de súbita embriaguez  
nos fazem querer que despimos o invólucro de barro
e pairamos alados sobre a região das lágrimas .

È Deus que não quer ou somos nòs que não podemos
 prorrogar a duração ao sonho?

Se  Deus , que mal faria à sua divina grandeza que o
pequenino guzano o adorasse sempre ? Porque vai
tão rápida aquela estação em que o homem è bom
porque ama , e è caritativo e dadivoso porque tudo
sobeja à sua felicidade ? Quando apoderam ali - ar - se
um amor puro com a impureza das intenções ?

Quais olhos de homem afectivo e como santificado
para o seu amor recusaram chorar sobre desgraças
estranhas ? Que exuberância de bens a desdobrar
da alma ! Que ânsia de fazermos em redor de nòs
alegrias , fortunas mãos erguidas connosco a bem -
- dizer os contentamentos que nos chove o manancial
dos  puros deleites  .

Não è Deus que nos agourenta as alegrias castas , as
expirações que não sabemos que luz è essa que lhe
comprazem . Nòs è que não sabemos que luz è essa
da nova manhã que dentro nos alumia voluptuosidade
desconhecidas . Atribuímos aos efeitos os prestígios
da causa . È que não podemos ver por longo tempo
a mensageira dos mundos estrelados : quisemos pôr
a mão na vara que nos encantou ; e a vara fez - se
serpente , porque a alma imaculada jà não era da
nossa ansiedade . O homem  , escurecido jà o
 interior , viu a mulher ao sol da terra , sol que
 incende o sangue , e abrasa o rosto e cresta as
asas dos anjos , aì dos anjos em carne que olham
depois em si escolhem do Paraíso ! Desde esse
 momento a luz do homem , o calor das paixões
radia do montante de fogo que empunha o executor
da alta justiça . Fora do éden está o inferno .
A baliza encravada na fronteira maldita chama - se
 Tédio .

Camilo Castelo Branco , in O Santo da Montanha ( 1866 )
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco
( Amor - Mulher )





O PRINCIPIO DO AMOR TEM OITO DIAS DE ALIENAÇÃO MORAL

O principio do amor tem oito dias de alienação

Nada de lógica nem de retórica .
Os principiantes do amor cuidam
que è da tarifa devorarem no
silêncio , antes de revelarem ,
as melhores frases que tinham
para convencer . Grande

contra senso .
parecem - se com caçadores
novatos , que atiram a perdiz
quando ela vai muito longe
do alcance do chumbo .

A mulher que se principia a  amar
tem oito  dias de alienação moral .
O espírito anda - lhe a solta , um
 hábil caçador apanha - lhe , e
depois ... como sabes  teu
 genuense  , a alma `e uma
 substância acomodada para
governar o corpo .

Pilhada a alma , o corpo sem
governo , è uma nau desmatreada ,
sem leme , a mercê das ondas ...

Camilo  Castelo Branco , in Cenas da  Foz ( 1857 )
Camilo Ferreira Botelho Catelo Branco
           ( AMOR  )




terça-feira, 27 de dezembro de 2016

AMOR È O NÙMERO UM

Amor e o número um existe
apenas um único
número real :

o número um .
e o amor , aparentemente
è o melhor expoente
dessa singularidade

Vladimiv  Nabokov ( Russo )





POEMA DO SILÊNCIO

Poema do silêncio


Sim  ,  foi por mim que gritei .
Declamei .
Atirei frases em volta .
Cego de angùstia e de revolta .

Foi em meu nome que fiz ,
a carvão  , a sangue , a fiz ,

sátiras e epigramas nas paredes
nas paredes que não vi serem
necessárias e vòs vedes .

Foi quando compreendi que nada
me deram do infinito que perdi
- que ergui maus alto o meu grito
e perdi o meu grito e pedi mais
 infinito .

Eu , o meu rico dr baixas e grandeza ,
eis a razão das èpi  tràgi - cómicas empresas
que sem rumo , levantei com sarcasmo , sonho
 fumo ...

O que buscava era em qualquer , ter que desejava .
febres de mais ânsia de altura e abismo , tinham
raìzes  banalìssimas de egoísmo .

Que sò por me ser verdade sair deste meu ser
 formal  e condenado , ergui  contra os céus o
imenso engano de tentar o ultra humano , eu
que sou   tão humano !

Senhor meu Deus em que não creio  !
Nu aos teus pès , abro o meu seio
procurei fugir de mim    , mas sei que s
ou meu exclusivo fim .

sofro assim , pelo que sou , sofro por este
 chão  que aos  meus pès se me pegou , sofro
por não poder fugir .
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir !                                                                                                      
Senhor meu Deus em que não creio , porque
 ès minha criação !
( Deus  para  mim , sou  chegado a perfeição ... )

senhor dà - me o poder de estar calado , quieto ,
maniatado , , iluminado se os  gestos e as palavras
 que sonhei , nunca os usei nem usarei se nada o
que levo a efeito  vale , que   não me mova !
que eu não fale !

Ah , tambèm sei que trabalhando sò por mm ,
era por nòs .

E assim neste vão assalto a nem sei que felicidade ,
lutava um homem pela humanidade ma o meu sonho
 megalómano è maior do que a própria imensa dor de
compreender como è egoísta a minha conquista ...

Senhor ! que nunca mais meus versos ávidos  e impuros
me rasguem     ! e meus lábios  cerrarão como dois muros ,
e o meu silêncio , como  incenso , atingir  te -à , e sobre
 mim de novo descerá ...

sim descerá da tua mão compadecida , meu Deus em que
não creio ! e porá fim a minha vida .

E uma terra    sem flor e uma pedra sem nome saciarão , a minha fome .


José Régio , in As Encruzilhadas de Deus

                                                                                                                                                                                                                                                           

SONETO DE AMOR

Soneto de amor


Não me  peças palavras ,
nem baladas , nem expressões ,
nem alma ...

Abre - me o seio , deixa cair

as pálpebras pesadas ,
e entre os seios me
apertes sem  receio .

na tua boca sob a minha ,
ao meio , nossas línguas
se busquem , desvairadas ...
e os meus flancos nus vibrem
no enleio das tuas pernas ágeis
e delegadas

e as duas bocas uma lìngua ... ,
- unidos , nos trocaremos beijos
e gemidos , sentindo o nosso sangue
misturar - se

depois ...  -   abre os olhos , minha amada !
enterra  - os bem nos meus ; não digas nada ...
deixa a vida exprimir - se sem disfarce !

José Régio , in  Antologia Pessoal da Poesia
Portuguesa , Eugénio de Andrade



CÂNTICO NEGRO

Cântico Negro


Vem por aqui  -   dizem  - me alguns
com olhos doces estendendo - me
os braços , e seguros que seria bom
que os ouvisse quando me dizem :
Vem por aqui !

Eu olho com olhos lassos ,
( hà nos meus olhos , ironias e cansaços )
e cruzo os braços , e nunca vou por ali ...

A  minha glória è esta :
crias desumanidade !
não acompanhar ninguém

-  Que eu vivo com o mesmo
sem -  vontade  com que rasguei
o ventre a minha mãe .

Não  , não vou por aì ! sò vou
por onde me leva os meus próprios
passos ... Se o que busco saber nenhum
 de vòs me responde por que me repetis:
vem por aqui ?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos ,
redominhar aos ventos , como farrapos ,
a arrastar os pès sangrentos , a ir por aì ...

Se vim ao mundo, foi sò para desflorar
florestas virgens , e desenhar meus próprios
 pès`na areia inexplorável !

O mais que faço não vale nada .
Como sereis vòs que  me dareis
impulsos , machados e coragem
para eu derrubar os meus obstáculos ? ...

Corre nas vossas veias , sangue velho
dos avós , e vòs amais o que o que è
fácil !

Eu amo o longe e a miragem , amo
os abismos , as torrentes , os desertos ...

Ide ! tendes estradas , tendes jardins ,
tendes canteiros , tendes pátria , tendes
tectos , e tendes regras , tratados , filósofos
e sábios ...

Eu tenho  minha loucura !
levanto - a  ,como um facho ,
a arder  na  noite escura , e
sinto espuma e sangue e cântico
nos  lábios ...

Deus e o Diabo e que  me guiam .
mais  ninguém .
Todo tiveram pai , tiveram mãe ;
mas eu , que nunca principio nem
acabo , nasci do amor que há entre
Deus e o Diabo .

Ah , que ninguém me dê piedosas
intenções ! ninguém me peça definições !
ninguém me diga : vem por aqui !

A minha vida  è um vendaval que se soltou ,
e uma onda que se alevantou , è um átomo
a maus que se animou ...
Não sei por onde vou ,
não sei , para onde vou
 - sei que não vou por aì   .







segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

POEMA CANTADO

Poema Cantado

Acordo e hoje e amanhã
sem te ter perto de mim
tomo doce de bâton
em duches de jasmim
saboreio todos os traços
entre linhas do teu corpo
cerejas em pedaços
de vento sem sopro

agarro o teu sorriso
e recordo - me com ternura
no meu perfeito juízo
a tua pele madura
em forma de canção
e plena narração
falo com o coração
bolhas de espuma
em forma de cantiga
numa palavra desnuda
sem espiga e sinto
eu e amo és tudo para
 mim a minha vida





CANTO SEM REFRÃO

Canto sem refrão


Sente o solfejo do desejo
na nota mais cruel da vida
respirando ao som do teu beijo
 do cheiro da tua roupa despida
grita num dò  menor
dançando ao ranger das portas
vibrando de dor e amor

dobrando e desdobrando respostas
tira - me daqui deste alto
e apaga - me as vertigens
atira - me pedras de basalto
faz - me perguntas virgens
sussurra - me paz e carinho
desabafando - me todo o teu
ódio e raiva
do bom leito do vinho
faz com que  o que eu sei
eu não saiba pisa - me os
calcanhares com ternura
e faz de conta que não sentiste
morde - me com toda a força a
 ver se fura não desistas ... insiste ...
e conta o que viste pergunta - me
como se canta o refrão atè pode
ser que eu consiga dizê - lo
pega - me na tua mão e eu sinto
 - te o coração no descanso do final
eu não vou fazê - lo canta - me torpedo
 ruidoso berra atè ficares sem fôlego
na voz eu encanto - te com  minha
ternura atè ficarmos eu e tu a sòs





AMOR

PALAVRAS DE AMOR


O teu sorriso rasgado
vale mais de mil palavras
vale um poema cantado
vale um lago de lágrimas
o teu rosto adocicado
vale um sonho de mulher
vale um corpo bem tratado

vale toda a nossa existência



ASSINADO

Assinado

Sempre situado na lua
amor e fome no vento que amua
sempre situado ao luar
sempre aceso antes de apagar
rasgando tecidos à sorte
aliviando a dor de um corte
amando o ódio virtual
 numa manhã ancestral

respirando com medo de respirar
num surdo ouvido de escutar
ouvindo sem sentir
partindo sem partir
de longe em longe
com lembranças
casas e casos de andanças
mares de sonhos e esperança
amor e ternura não cansa
assinado por uma criança .

fausto fonseca





UM CONTO PARA TI MINHA AMADA

CONTO DE AMOR A TI  DEDICADO
MINHA  PRINCESA  AMADA !


Rasgos de pele torcida
Subtraídos por pesadelos
a preço de despedida
de correntes sem elos
abrigo entre  o  trigo
de um pomar pulverizado
sorrisos de amante amigo

com um olhar fulminante
ardente cheio de ternura
liberto no curral cheios de amor
instinto divinal de alma acalente
no pódio vida derreaste como pão
feito por Deus cheio de amor
numa fonte doce com àgua
agarra - me se puderes
constrói o que quiseres
cantando - me um fado







HISTÓRIAS CONTADAS

Manipulando histórias de amor
embarcado na fantasia
por entre nuvens de calor
numa brisa entre banhos -maria
cavalgando à beira mar
passando uma princesa
pronto para voltar a sonhar
com a luz da chama acesa
adormecida no leito da vida
com um ar encantador

num sono de alma perdida
deitada transbordando  amor
amor de vida real
amor de reis e rainhas
contos de amor oriental
escritos em varias linhas
numa pagina em branco
imagina - se os protagonistas
saltando flanco a flanco
como todas as histórias
o final è sempre feliz
alcançando vàrais glòrias
e algo que nos diz ...



DISCUSSÃO

Discussão


Toca - me no ego
massajando a alma
de um amor que è cego

perdendo as vezes a calma
a discussão è passageira
numa relação normal

numa praia sem beira
e a beira do final

escreve o que te digo
como eu escrevo o que
me apetece
o amor não e digno
sem uma discussão
que aquece

abraça - me o medo de te perder
para não caíres na vertigem de
ficares sem mim olha - me
com os olhos de ver e sorri
de inicio ao fim




INCÊNDIO A MÃO ARMADA

Incêndio a mão armada


O vento brilha
à luz do  sol
trabalha  pilhas
à velocidade do caracol
a luz promete não encandear
sete vezes pode atrapalhar
escurece a alma

no poder do anoitecer
perde - se a calma
na fùria de viver

as chamas correm em todas
as direcções pessoas morrem
em todas as estações
a chuva cai
mas não apaga nada
tudo vai não vai ?
nesta  trágica queimada
as cicatrizes marcam
recordações nos corpos
chegou o fim de um fogo
à mão armada e foi assim
não restou nada





O TEU EU

O teu eu


O segredo da magia inexistente
resolve o absorvimento da paisagem
curva onde o pensamento fica indiferente

e a sua água torna - se mais turva
a sonoridade aberta ao túmulo mais
esquecido


relembra a morte do passado
da vinda de um veio perdido

escondido no sonho maus lembrado
entre o relevo dos teus olhos intermitentes
ouço a sombra do pecado como gestos indiferentes
ao olhar meio de lado cansado de me picar nas vertigens
ao maus medo do escuro lançam - me rosas ainda virgens
enquanto nado por ti procuro

as raìzes dos teus dentes moles
roem - me as varizes do céu
a tua boca coberta de foles
e os meus lábios cobertos  com
um  vèu o teu sopro  arrasta - me
 no teu caminho como luzes
encandeado - me o ventre
a tua voz deixa- me sozinho
apesar do teu eu ser teu para sempre




IN -VERSO

IN - VERSO


Beijo por necessidade
os teus lábios arrepiam - me

a minha sombra fala por mim
respiro o teu odor ternurento
de uma noite de inverno


navegas no meu pensamento
num sentido de sentimentos eternos


domingo, 25 de dezembro de 2016

TENTAR IDEALIZAR

Tentar idealizar

Neste lugar , a idealizar
procuro o caminho
não posso  esperar
não olho sem ver
não vejo sem pensar
agarro à vontade
no seio de alcançar
encontro um vazio

na hora de sorrir
vejo uma luz
ao fundo a luzir

e aqui estou  eu ao relento
nesta noite de cabelo ao vento

aqui estou eu a relembrar o passado
a recordar tudo o aquilo que me passa
ao lado  
agora procuro , um novo caminho
seguro a paz
mas sinto-me sozinho
vou esperar
para ver o que acontece
tentar sonhar
è o que me apetece

                                                                                                            

FRUTOS

Há frutos profundos à superfície
já despidos na base de uma árvore
prontos a serem amados trago a trago

lapidam a nossa fonte amor bruto
devolvem o diamante a pedra dentro

sabem que vão podando a nossa frente
a amizade como arte por instinto
e há ainda uma terra  por enquanto




OLHOS LIVRES OS TEUS

Há poucos homens
com olhos de cães
profundos infantis

olhos livres  os teus
cheios de plena voz

olhos livres os meus
silenciosos de nòs


olhos livres os nossos
deslumbrados moços

olhos férteis e fartos
devolvidos aos ossos

aves rapazes leves
rente às mulheres

olhos ágeis vorazes
húmidos generosos
ávidos  e humildes



DEITE O QUE NÃO TINHA

Deite o que não tinha
assistimos juntos a andorinha
desfiz - me em pedaços de ternura
quando a tua mão tocou a minha

Quero là saber do eu
ainda querer saber
de alguma coisa
parecida com a nossa
diferente da tua

a frase que aqui falta
è de vez em quando
se não te importas
dares pela minha falta


HÁ SÓ TU , MEU AMOR

Há sò tu o resto
è uma indiferença
recolho grão a grão
o desperdício da ganância
a uma pomba
( Porque não branca ?  )
no patio da tua infância

E há sò tu
ainda là estou

no mesmo sítio frio
à tua espera onde nos pegamos
fogo ao sentido último
da nossa vida única
estranha mas linda

e se houver alguma duvida
há sò tu que semeaste
no meu silêncio
uma serena presença
e viràs a minha boca
se vez em quando
colher uma palavra



VONTADE

Em mim
vontade de ser corpo
se corpo
não fosse vontade



no silêncio ,
as palavras
que um corpo ,

hoje fala noutro corpo

ver - te è apenas
cumprir um dos sentidos
tudo nos resta ,excepto
querermo - nos

eram olhos férteis
os teus , por  isso
sem tempo


O MAIS BELO POEMA

O mais belo poema
não o escrevi
nunca
esculpi - o
no temor vagaroso
do teu corpo
embriagado por
palavras por dizer






ESSÊNCIA

Essência


Roubo esmola à minha paciência
que me prende à adoração
ao amor em continência

e è a dor que me vai no coração
explico regras sem sentido
esfaqueadas por uma deusa

e grito ao ouvido
amo - te princesa !

o meu sussurrar
sai despercebido
ao ouvido de quem
me ignora

a voz do mal recebido
não entra sai fora
a tempestade que isola
o amor oferece desgosto
e tristeza

que não se desgasta
mas esse calor na fantasia
das incertezas  o mal me
quer vestido de negro

fugiste a sorte com medo
da velha  lenda a traição
abre - e guarita da vida
Cai  nos meus  braços tenros
a tua voz será ouvida
restaurando - me todos os erros

sai desse negro envolvente
e vem - te  espremer comigo
dispara - me fogo ardente
queima - me e leva - me
contigo a vida è curta demais
a demência do amor não cura
jamais  esta agonia resultante
se  tanta azia




DA NOITE PARA O DIA

Da noite para o dia

As estrelas cobrem o céu
de um brilho especial
mascarando a noite como
um vèu luzindo formas
no pantanal

a nudez prevista ao sono
de tal noite acordada

pegadas ao abandono
perfurando pedras de areia
degradada

retomando o caminho
do amanhecer

foi mais um momento solitário
vindo ao acaso para ver
o pequeno almoço literàrio

o sol espreita na colina mais densa
abrindo as pestanas da madrugada
e mais um dia de fome intensa
avaliando  o meu amor em nada





APETECIA -ME ... VAMOS ?

Apetecia - me ... Vamos ?


Apetecia- me rasgar - te a roupa
numa brincadeira erótica
fazer - te uma coisa louca
que me está a passar pela cabeça

Apetecia - me deslizar no teu corpo
e sentir as tuas curvas

comportar -me como um louco
navegar em águas turvas

deixa - me ir ao fundo da questão
e saborear o teu ego
tocar -  te no coração
com o amor que carrego

Apetecia - me dar - te umas trincas
fofinhas e amorosas

Sei que ao strip não brincas
vamos antes ao banho de  rosas
quero ficar em sintonia
com o teu radar  sedutor
 momentos de alegria ... vamos
fazer amor



CANÇÃO DE EMBALAR

CANÇÃO DE EMBALAR

José  era um homem simples
e bom , trabalhava a madeira
viva e a lisa do campo .

Um dia um anjo estragou - lhe a vida
quando sua companheira Maria ,  lavava
roupa à beira rio .


anunciar - lhe para breve
um filho sem pai nem mãe
que viria salvara humanidade .

Ainda hoje se fala nisso e jà
se passaram 2016 anos , deve
haver um fio de verdade em tudo
isto naquele tempo não havia o
teste de ADN .


O QUE MAIS TEMO EM TI

O QUE  EU MAiS TEMO EM TI
não são as palavras
è o desleixo
com que derramas
a penumbra a lassitude
com que abrigas
o silêncio o abandono
com que partes sem deixar .

No silêncio , as palavras
que um corpo hoje , fala

 noutro corpo .

Ver - te è cumprir
apenas um dos sentidos
tudo nos resta , excepto
querermo - nos .

O mais belo poema
não o escrevi nunca
esculpi - o no temor
 vagaroso do teu corpo .




sábado, 24 de dezembro de 2016

TUDO !

TUDO !

Tudo o que foi nunca será amor
Quando o sentimento è abafado
 pelo medo .

Tudo o que dói sò será uma dor
de um escravo mandado ao dedo

Tudo o que se passa nunca será passado
Quando se tenta prever o futuro

Tudo o que corre fica cansado
Como tudo que não tem luz è escuro

Tudo o que morre tem de viver
mais ou menos sem certeza

Tudo o que vive tem de ter
uma estranha forma obesa !

Por exemplo algo sem explicação
Com uma estranha forma  de vida

Pensa  - se e pondera - se se tem coração
Quando sem  coração  alma anda perdida

Tudo o que se come foi vivo
tal como tudo que se bebe è estranho

Come - se num acto instintivo
errar - se a todo tamanho

Tudo o que são contos tornam - se histórias
mas nem em  todas existe uma fada

Tudo fica escrito em varias  memórias
mas nem tudo o que è tudo è nada




NÃO GOSTO DO FIM , SOU ASSIM !

NÃO GOSTO DO FIM , SOU ASSIM !


Trago a lua a colo aberto
E as estrelas no meu peito
Os meus olhos de ti tão perto
E os teus lábios num tom perfeito
Respiro  a brisa do teu sopro
Como se estivesse  à beira mar
A esperança por tudo o que sofro

E como sofro por te amar
Contorno as tuas formas deslumbrantes
Com o meu olhar de doce amora
Atira - me frases estonteantes
Sangra  tua dor cà para fora
Eu amo a tua inveja celestial
Tal como bebes dos meus calos

Grita chama - me de  anormal
Enquanto eu te protejo,dàs - me estalos
Depois do amor vem o ódio

Eu não tenho culpa , odeio -me por isso
Para mim caíste do pódio
Tornaste- te no maior enquiço
Depois de fazer  parte do teu encargo
Agora procuro uma amiga doce e à lacre
Tenho tanto de doce como de amargo
Tudo para mim foi um massacre




sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

DESESPERO

DESESPERO


Como ácido e sumo de limão
Quando saio para a rua
Rego a mente com cerveja
Olho em redor da minha alucinação
Chupo e trinco cereja
Vejo - te vestida a tule tingido
Pintado de azul torrado
Chamo - te gritando ao ouvido

Sem me preocupar como meu estado real
trago muitas toxinas comigo
sinto-me uma granada sem cavilha
sou um verdadeiro perigo
alguém que nem a luz brilha
fumo atè apanhar uma branca
e sinto - me  um doce cheio e ternura
às vezes parece que o sangue estanca
mas a minha alma permanece pura
tenho aprendido muito coma felicidade
mas ainda com a tristeza
ja conheço o significado de saudade
e a expressão de frieza
acabo gregoriando o jantar
descansando de maus uma noite brutal
diverti -me imenso e sem pensar
naquilo que è bom poder acabar mal


SE EU

SE EU


Se eu tivesse mais atenção ao conselho que me dão
seria um prato de sopa alimentado em vão
seria uma  colheita de dados viciados
uma roleta de ovos estragados
se eu pudesse ser aquilo que não consigo

talvez fosse louco mais o melhor amigo
quem sabe um covil que servisse de abrigo
e uma pessoa  mais seria transmitindo o que digo
um dos  meus maiores defeitos `e o meu cansaço
 eminente a minha forma física fraca e decadente

mas talvez tivesse sido  doce e inteligente
não fosse eu ter escolhido para mim , tentar
ser diferente talvez eu pudesse ser  igual
ao que os outros são talvez eu estivesse
arrependido por trair o meu coração

quem sabe se tudo o que teria feito seria em vão
quem sabe se agora estaria numa  melhor situação
se eu tivesse a minha porta maus aberta

talvez hoje  fosse um grande atleta
talvez hoje pudesse ser  poeta


ou quem sabe se a minha vida não seria una festa
se eu deixasse porexemplo de correr
em principio cansava  - me menos para sofrer
não estria agora a tentar perceber
porque  e que depois de tanto lutarmos pela vida
temos que morrer ?



PERGUNTA- ME

PERGUNTA -ME


Pergunta-me se gosto de ti
Pergunta-me se te quero ao meu lado
pergunta  -  me o que senti quando te vi
Que eu respondo eras do meu agrado


Pergunta - me se sonho contigo
Pergunta -me o que ès para mim
Pergunta -me se sou teu amigo

Que eu respondo assim :
Ès o pesadelo do meu acordar
a ave dos meus sonhos surdos
o anjo que não posso contar
o   som dos meus gritos mudos

Ès o aperto que sinto no coração
o tormento da minha pessoa
o calor de qualquer estação
a paranóia que a muito voa
para mim ès a febre da loucura
um amor que não nos serve
uma fonte de alma dura

um sentimento simples e breve
podia responder o resto da vida
a todas as perguntas que deixaste a espreita
mas assim não è essa a nossa salda
e agora ? satisfeita ?



se algum dia ousar pensar no amor

SE ALGUM  DIA OUSAR PENSAR NO AMOR
Sentirei este fluir que è teu em mim
não   direi nunca nada deste sentir
profundo onde se desconhece a màgoa
apenas  o fluir deste amor submerso
onde brilha a estrela fulgente em ti
amada infunda sem razão aparente
porque se expressa no coração
acaso se  duvidares de mim
apenas o tilintar da sineta dos

 sentidos que eu   nada posso
apenas amar - te intensamente
no âmago   da nossa essência


Sinto- te em mim nesta  intimidade
sem limite  a  única certeza è este amor
nutrido no meu coração por ti quando
o perdão não  basta pela incúria do ser
inacessível a percepção do amor pela
tua pureza  tudo isto para te dizer que te
 amo e desejar- te um   feliz natal
quero * te caso seja tambèm esse
 o teu interesse respeitarei sempre a
vontade do teu coração porque te
 amo verdadeiramente para valer nada
 è em vão te amo  princesa obrigado
por tudo pela tua existência te amo



CHÁ DA VIDA




CHÁ DA VIDA , CHÁ DE ROSAS


Das pétalas faço de rosas
arranco uma a uma das mais
belas deixo para atrás  as venenosas

adicionou - lhe um pouco de sentimento
e diluo - lhe  um pouco de dor


enquanto bebo recordo
cada momento e para t , flor !
flor da minha vida que vou regando
com as munjas lágrimas nesta terra perdida
em leras desta pagina como és linda e viçosa

não e quero deixar murchar
és a flor maus apetitosa
que eu consegui cultivar

tens aroma irresistível
já para não falar do sabor
és o meu verdadeiro amor






MAIS UM FINAL FELIZ

MAIS UM FINAL FELIZ

Quero - te tocar
Com olhos de ver
Sentir - te mais perto
E conhecer - te
Quero ouvir - te
se  tiveres algo
a dizer


Quero curtir
Isto que estou a ver

mutila -me de paixão
com todo teu suor
com todo o  teu valor

Amarra - me à parede
com cordas postiças

Deixa me com sede
das tuas malìcias

Foge  com a chave da vida
e não me deixes apanhar  -te
a chave e a única sadia
de eu poder voar
corte - me as asas
que jà não serve de nada
as minhas mãos são garras
e tu ès apanhada

Não tentes enlouquecer
porque não consegues
continuas a viver

Tudo o que persegues
tropeça na verdade

e logo a seguir vais ver
acorda na realidade
dormir è morrer
morrer è parar

e para esquecer
esqueceste de corno amar
e eu esqueci - me de como viver



CONHEÇO- TE ?

CONHEÇO -TE ?


Agora que nos conhecemos
Vamos fingir que não
vamos remar contra a maré
remar sem remos

E conduzir fora de mão
Vamos  a terra atè Marte

Desfrutar  nossos sentidos
Fazermos mais disparates
E acabarmos aos beijos





LEMBRANÇA

LEMBRANÇA


Larga esse sonho de criança
E cresce comigo na  tua cabeça
Acorda com essa realidade alcançada

Abre os olhos e pensa
Nem todos te querem bem
apenas uma  companhia
Com o  tempo ... ja não conhece
ninguém vais ver  isso um dia menos dia

Tenta perceber o significado  do palavra  AMOR
depois compara - o com a opinião  de almas frustradas

Avalia  e da valor à dor
sem ouvires mal amados

O teu futuro está`nas tuas mãos
E o meu acaba por estar tambèm

Une - te  ao amor como se fossemos um
no outro almas gémeas

Confia em ti, em mim em nòs
Tens toda  inteligência
Para saberes quem realmente te ama

Tenta sentir toda a referência se quem
te quer levar apenas para a cama

Ama quem te ama
julga quem e julga
perdoa quem e perdoa
acorda e deixa tudo à toa  .











È APENAS UMA FOLHA DE PAPEL

È apenas uma folha  de papel


Sobre aquilo que pensas
Nada fiz ao  acaso
Entre promessas  e crenças
Uma flor murcha em cada vaso
Segura o arrepio cauteloso
Entre o teu ventre desmedido
 sobra um líquido viscoso

Seguido de um gemido
Pura ansiedade escondida
Num novo amor adiantado

Vontade de uma nova vida
De um  amor manchado

Nada está  perdido
Entre os perdidos e achados

Roda num sentido
De olhos vidrados

O teu medo è o meu
Da mesma forma torcida

Na verdade quem sou eu
Na minha pessoa destemida
Permite -me o teu contacto
Para cheirar os teus caloríficos

Cada tino e um facto
vou venho e fico

Farto de sentir a melhoras
Retardas no sexto sentido
Atrasando mais  as horas

De musica nos ouvidos
jà de facto tremidos
no teu sofá queimado

Os meus olhos ficam sentidos
E o coração despedaçado

Acaba assim o envolvimento
Acaba assim o envolvimento
Da esperança  mais cruel
Acaba assim o esquecimento
mas não acaba  nesta folha de
 papel ...







DA NOITE PARA O DIA

Da noite para o dia

As estrelas cobrem o céu
De um brilho especial
Mascarando a noite com
um vèu
Luzindo formas no pantanal
A nudez prevista ao sono
De tal noite acordada
Pegada ao abandono

Perfurando pedras de areias
degradadas retomando o caminho
do amanhecer.

Foi mais um momento solitário
Vindo ao acaso para  ver o pequeno
 almoço literário.

O Sol espreita na colina mais densa
A brindo as pestanas a madrugada
È mais um dia de fome intensa
 Avaliando o meu a mor em nada.






MEDO

MEDO



Ouve - se no fundo
do corredor o gemer
de uma porta
um som arrebatador
E  manivela  torta

De repente abre -se
 uma janela

A sombra è invisível
Um suspense de sentinela
Logo ao primeiro nível

O susto provocado
Por uma incerteza
de movimento
através de um sopro
 è arrastado a  voz
do acontecimento

Estilhaços de vidro
por toda a parte
Causados por um
arrombamento implacável
Acto de bela arte
E de um medo maleável







quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O DESEJDO

O DESEJADO


Perdi- me no escuro
Sob uma negra solidão
Com um som tão puro
A mexer - me no coração

Corri de olhos vendados
Para  alcançar algo doce

Entre sonhos amargurados
Onde nada tinha posse.

Acordei de repente
E nascia um novo dia

Encontrei - me com imensa gente
E uma luz ao fundo luzia

Era sò mais um renascer
Mas um dia complicado

Mais umas horas  a correr
Para  alcançar o desejado
A desejar que chegue a hora
Para voltar  a sonhar

Não querendo deixar agora
O que è lindo  acabar





SOMBRA DO MAL

SOMBRA DO MAL


Salta o medo da prateleira
Rodeado de brilho no escuro
Ferve o sangue na sementeira
Num tom serio e maduro

Rejeita- se ajuda  de intervenientes
De um homem e uma mulher nua
entre actos e armas inconscientes


Coirão! Julgas que me amas na cama ?
Disparo tiros de rancores .

Rebolo - me e enrosco - me na lama
Despejo calor e disparo - me de dor.

Branqueia a  morte de invasores
Novamente esfaqueada  de sentimentos

Revive- se o medo de sentir - se  mais dores
  Agora , nunca em todos os momentos

Foge em pino descendo a colina
Correndo em braços largos

Alcançando lentamente a alta bolina
Além de assassinos havia  outros cargos

Burocracias à parte em campanhas eleitorais
Ossos  ambulantes com megafones agarrados

Pistolas carregadas com balas ancestrais









quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

PARA QUÊ ?

PAR A  QUÊ ?


Para quê ser o musgo do rochedo
Ou urze atormentada da montanha ?
Se arranca a ansiedade e o medo
E este enteia e esta angùstia estranha


E todo este feitiço  e este enredo
Do nosso próprio peito ?  E è
 tamanha   e tão profunda a gente
que o segredo da vida como um
grande   mar nos banha ?

para quê ser asa quando a gente voa  ,
de que serve ser cântico se entoa toda
a canção de  amor do universo ?      

Para quê  ser altura e ansiedade     ,
se se pode gritar  uma verdade  
ao mundo vão nas sílabas de
 um verso ?

  

o tempo

escoa - se por entre os teus cabelos em ti as leivas as fontes as fontes e as sementes os mais secretos caminhos em ti as searas ainda futur...