terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

sob o sol da manhã




sob o sol  da manhã deslizo

no asfalto


là em baixo o rio è uma imensa

cobra de água


cheios de sonho e  ansiedade

esquecidos e serenos


            os pescadores de noites sem fim

 estão  atentos esperam  pacientemente que surjam 

 os peixes impossíveis que surjam do lodo 


deixai - me na paz desta manhã tão clara com

os trigos a rebentar da terra  e aquela  égua dando

de mamar ao seu potro inquieto e sedento de uma

vida verdadeiramente plena sem análise nem tortura


ela mesmo  incensa-mente húmida e triunfante 

por isso estes galhos torcidos onde de novo

rebentam as folhas e flores


raspa - me de leve os cabelos e suavemente

poderosamente dizem aos homens atònitos

que deslizam no asfalto bom - dia


um sardão de ventre azul dorme ao sol

na bruma  da estrada

                            bom dia !

 

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