Tu ès a terra em que pouso
Macia , suave , terna e dura
o quanto baste
a que teus braços como tuas
pernas tenham de amor a força
que me abraça
Ès tambèm a pedra a qual
a terra às vezes contra que
nas arestas me lacero e firo ,
mas de musco coberto refrescado
as próprias chagas de existir contigo
E sombras de árvores , e flores e frutos ,
rendidos a meus gestos e meu sabor
e uma àgua cristalina e murmurante
que me segrega sò de amor no mundo
Ès a terra em que pouso não paisagem ,
não Madre Terra de bosques e montanhas
- terra humana em que me pouso inteiro
e para sempre .
Londres , 15 / 03 / 1973
Jorge de Sena
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