Hà palavras que esperam
que o branco as desnude
para se tornarem transparentes
è uma oferenda do olvìdio
a folha flexível è uma luva
vegetal para que não oscila
Como o abdómen de uma adolescente
a página suscita a fértil fragilidade
de uma caligrafia que se paga sobre
os sulcos da neve aì aparece a graciosa
metade em que cintila o polèn da límpida
abolição
Escrevo para ser contemporâneo
das nuvens para pertencer a pobreza
e nua pàtria inerte
coberto pelo violento alfabeto dos clàxons
escrevo para que se levantem os pássaros
de areia e ao pulverizarem - se a poeira
do seu desaparecimento .
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