e a sua luz total
ali a beira dos nossos
olhos se perdeu
depois que a trouxemos
inteira no seu canto
a tivemos como um presente
inesperado em volta das nossas
mãos a esquecemos como a
mobília de todos os dias
obrigados a seguir as convicções
e as leis do universo em frente
dos nossos olhos se perdeu
agora o que nos resta dela
não chega para lembrar
o tempo em que a palavra
liberdade cabia na boca
de cada um como um
fruto e em cada homem
como um fruto
e em cada homem com
desespero imortalizava
cada hora com a mesma
arte de tecer um poema
manual
um poema sem arquitectura
onde o arado caminhasse
com o vento nem sempre
para o mesmo lado
como porém o sentido
da sua deriva
transparente como um nome
ordena sem esforço
a musica penetra - me
e por ela parto em direcção
de mim próprio onde medito
e me demoro
sua medida tão certa atravessa - me
como um fio de navalha e fecho
os olhos para não saber que existo
num momento cristalino divago
e agora vejo como o silêncio não
faz parte do mundo .
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