quem me dera ver - te !
Ai ! Quem me dera dizer - te ,
que pude amar - te , e perder - te ,
mas olivar - te isso não !
Que no ardor de outros amores
através de mil dissabores senti
vivas sempre as dores de uma
remota paixão .
com que dorida saudade
penso nessa mocidade ,
nessa vaga ansiedade ,
que soubeste compreender !
E tu , sò tu soubeste , que
num mundo como este , qual
florinha em penha agreste ,
pode a flor morrer .
orvalhaste - a quando ainda ,
ao nascer singela e linda ,
respirava a esperança infunda ,
que consigo a infância tem .
Amparaste - a , quando a norte
das paixões , soprando forte ,
lhe quis da rápida morte como
CÂNDIDO DE CACÉM !
E depois nuvem escura là no
céu desta ventura enlutou -me
a aurora pura nos meus sonhos
infantis .
Houve nesta vida um espaço ,
onde nunca dei um passo , em
que não deixaste um traço de
paixões vis !
E não tenho outra memória
que me inspire altiva glória ,
nem outro nome na história
de meus delírios fatais .
Se percorro a longa escala
de paixões que a honra cala ,
quem de um nobre amor me
fala ès tu e mais ninguém !
De resto , apenas nestas variedades
cenas de ilusões , e inglória penas
nada sinto que perdi !
Sinto bem esse desdouro , que
comprei com falso ouro , em
despeito de um tesouro que sò
pode achar em ti
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