terça-feira, 3 de janeiro de 2017

PAIXÃO ÙNICA

Paixão Única


quem me dera ver - te  !
Ai ! Quem me dera dizer - te ,
que pude amar - te , e perder - te ,
mas olivar - te isso não !
Que no ardor de outros amores
através de mil dissabores  senti
 vivas sempre  as  dores de  uma

remota paixão .
com que dorida saudade
penso nessa mocidade     ,
nessa vaga ansiedade    ,
que soubeste compreender !


E tu , sò tu soubeste  , que
num mundo como este , qual
florinha em penha agreste ,
pode a flor morrer .

orvalhaste - a  quando ainda ,
ao nascer singela e linda ,
respirava a esperança infunda ,
que  consigo a infância tem .

Amparaste - a , quando a norte
das paixões , soprando forte ,
lhe quis da rápida morte como
CÂNDIDO DE  CACÉM !

E depois nuvem escura là no
céu desta ventura enlutou -me
a aurora pura nos meus sonhos
infantis .

Houve nesta vida um espaço ,
 onde nunca dei um passo , em
que não deixaste um traço de
 paixões vis !

E não tenho outra memória
que me inspire altiva glória ,
nem outro nome na história
de meus delírios fatais .

Se percorro a longa  escala
de paixões que a honra cala ,
quem de um nobre amor me
fala ès tu e mais ninguém !

De resto , apenas nestas variedades
cenas de ilusões , e inglória penas
nada sinto que perdi !

Sinto bem esse desdouro , que
comprei com falso ouro , em
despeito de um tesouro que sò
pode achar em ti




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