segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

NÃO HÀ DOR QUE JUSTIFIQUE A FUGA

Não dor que justifique a fuga

a escuridão as trevas
desesperadas è esse o
círculo terrível do dia -
 a - dia por que è que
uma pessoa se levanta
de manhã come bebe
e deita - se outra vez ?


a criança o selvagem o jovem
saudável animal  não padecem
sob a rotina deste círculo de
coisas e actividades

 indiferentes aquele a quem
os pensamentos não atormentam
alegra - se como levantar pela
 manhã e com o comer e o beber
achaque è o suficiente e não quer
outra coisa

mas quem viu esta naturalidade
perde - se procura no discurso
do dia ansioso e desesperado
os momentos da verdadeira
vida cujo cintilações as torna
feliz e que apagam a sensação
que o tempo reúne em si todos
os pensamentos relativos ao
sentido e ao objectivo de tudo
podem chamar a esses
 momentos criadores porque
parece que trazem a sensação
de união com o criador porque
se sente tudo como desejado
mesmo que seja obra do acaso
è aquilo que os mistìcos chamam
união com Deus talvez seja luz
muito clara desses momentos
que faz parecer tudo tão escuro

talvez a libertadora leveza desses
momentos faça sentir o resto da
 vida tão pesada pegajosa e
 opressiva

não sei não aprofundei muito
o pensamento tirada filosófica
mas sei que há bem -aventurança
e um paraíso tem de ser uma
 duração incólume de tais
 momentos e se pode obter
esta felicidade pela sublimação
na dor não há nenhuma do que
justifique a fuga .

Fausto Fonseca

Hermann Hess ,
in Gertrud ( Personagem Kuhn )





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