terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A OUTRA


A  outra amamos sempre no que temos

A outra

Amamos sempre no que temos
o que não temos quando amamos.

O barco para , largo os remos
e , um ao outro , as mãos nos damos.

A quem dou as mãos ?
A outra .

Teus beijos são de mel de boca ,
São os que sempre  sonhei dar ,
E agora a minha boca toca a
boca eu sonhei beijar de quem è a boca ?
Da outra .

Os remos jà caíram a água , o barco
faz o que a água quer .

Meus braços vingam minha màgoa
no abraço que podem ter quem abraço ?
A outra .

Os remos vão jà perdidos , o barco
vai e não sei aonde .

Que fresco o teu sorriso está ,
Ah ,meu amor , e o que ele esconde !
Que è do teu sorriso
Da outra ?

Ah , talvez ambos nòs mortos , num
outro rio sem lugar noutro barco outra
 vez sòs possamos nòs os dois recomeçar
que talvez sejas a outra

mas não , nem onde essa paisagem è sob
eterna luz externa te acharei maus que
alguém na viagem que amei com terna
ansiedade por ser parecida com a outra .

Ah ,por ora , idos remos e rumo , dà -me
as mãos , a boca o teu ser . E façamos
desta hora um resumo do que não
 podemos ter , nesta hora ,a única
sê a outra .









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