terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O AMOR ,MEU AMOR

O Amor ,meu amor

Nosso amor è impuro
como a impureza è
a luz e a água e tudo
quanto nasce e vive
além do tempo .

Minhas pernas são água
as tuas são luz .

e dão volta ao universo
quando se enlaçam
atè se tornarem deserto
e  escuro.

E eu sofro de te abraçar
depois de te abraçar
para não sofrer.


E toco - te
para deixares de ter corpo
e o meu corpo nasce
quando se extingue o teu .


E respiro
para me sufocar
e espreito em tua claridade
para me cegar
meu sol vertido em lua
minha noite alvorecida .
Tu bebes
e eu me converto na tua sede

Meus lábios mordem
meus dentes beijam
minha pele te veste
e ficas ainda mais despida .

Pudesse eu ser tu
e em tua saudade
ser minha própria
espera .

Mas eu deito - me
no teu leito quando
apenas queria dormir
em ti.

E sonho- te
Quando ansiava
ser um sonho teu .

E levito voo de semente
para em mim mesmo te
 plantar menos que flor :
simples perfume
lembrança de pétalas
sem chão onde tombar

Teus olhos inundam os meus
e a minha vida jà sem leito
vai galgando margens atè
tudo ser mar esse mar que
sò há depois do mar .

Fausto Fonseca

Mia Couto ,in Idades Cidades Divindades








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