sexta-feira, 14 de outubro de 2016

SOPRO FINO DO VENTO

meu  amor

sopro fino de vento
a rigor levando areia
ao rosto hirto um deserto
húmido no olhar

um dedo apontado ao mito
a beleza do silêncio no grito
cada  ilha um livro e um filho
parido por hábil febre a mar
dedos em marfim por escrito

passo a passo à mágoa
barco à pele tecida a mãe
a mão ao leme caricia forte
o instinto para a revolução
de dar nome a um coral

esperar céu aberto ao chão

...

( já  terão  caule e cal tão secretas razões )
não deixes cinzas para deitar sobre as ilhas
mas luz apenas luz  por onde podemos andar
a entrar e sair de pátios fechados sobre si abertos
palavras e sem medo por dentro da nossa paz

fugaz abre liberdade ao templo sem orações
dos deuses faz homens das musas mulheres
de templos apenas um lugar onde o tempo
devagar põe na natureza um amor feroz .




Sem comentários:

Enviar um comentário

o tempo

escoa - se por entre os teus cabelos em ti as leivas as fontes as fontes e as sementes os mais secretos caminhos em ti as searas ainda futur...