quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A OUTRA

Amamos sempre no que temos
Quando amamos
O barco para , o largo o remo
e , um outro , as mãos nos damos
A quem dou as mãos ?
A outra .

Os teus beijos são de mel
de boca , são os que sempre
pensei dar ,

e agora a minha  boca
toca a boca que eu sonhei
beijar
De quem è a boca ?
Da outra

Os remos caíram na água ,
o barco faz o que a água
quer

Os meus braços vingam
a minha mágoa no abraço
que em fim podem ter
Quem abraço ?
A outra .

Bem sei , ès bela , ès quem desejei
não deixes a vida que eu desejo
mais do que pode ser teu beijo

Beijo , e em quem penso ?
Na outra .

Os remos vão jà perdidos
o barco vai e não sei para
onde .

Que fresco o teu sorriso
está , ah , meu amor ,
o que ele esconde !
Que è do sorriso da outra ?

Ah , talvez ambos nòs mortos ,
num outro rio sem lugar
no outro barco outra vez sós
possamos recomeçar
que talvez sejas a outra

Mas não , nem onde
essa paisagem è sob
eterna luz
te acharei mais que alguém com terna
ansiedade por ser parecida com a outra

Ah , por ora ,
idos remos e rumo
dà - me as mãos , a boca
o teu ser
e façamos desta hora
um resumo de que
não poderemos ter
nesta hora , a única
sê a outra



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