quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Vento

à beira rio uma criança
estava num jardim
a separar pombas dos melros
por causa do milho a cair
sob olhar atento das gaivotas

e o silêncio rente das andorinhas ,
no meio das folhas irrequietas
das   árvores


a criança  agarrou um papel
com palavras e imagens
que no meio do vento
me fugiu das mãos,

a criança pediu-me
que  fizesse daquela
página solta um avião
ou um barco,

disse -lhe faz tu ,
eu sò ajudo ,
não sei voar
nem navegar

a criança com a habilidade
e a imaginação, o coração
começou - se a abrir - se
como uma cor e a cabeça
fechou - se como uma
concha ,

no fim da história apareceu
a mãe a dizer a  criança
não estragues o poema
è desse senhor,

respondi-lhe foi o seu filho
que me ensinou a voar
e a navegar por um instante ,
foi ar que se nos deu,

não pertencem a ninguém
acaso ,vivacidade , sei là ,
a arte não tem dono,anda
por  aì ,ainda bem,amèn.




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