domingo, 26 de fevereiro de 2017

Herberto Helder , o poeta que nunca se deixou capturar

Genial , misterioso , visionário ,
trabalhador incansável das metáforas
e dos símbolos , Herberto  Hélder
morreu de ataque cardíaco numa fatídica
noite de uma segunda - feira , deixou pronto
um livro antes de partir .

O celecanto , peixe fabuloso cuja existência
se equilibra entre a realidade e a ficção ,
procurado por cientistas loucos , entrou

para ficção portuguesa  pela
mão de Herberto Hélder
nesse singularìssimo

Os Passos em Volta .
Foi a sensivelmente
a 54 anos .

Hoje sabemos que
o calentano era ele ,
o prestigioso poeta
que mergulhou
totalmente no temível
poder da palavra e
nunca se deixou capturar

Sò lhe falta saber tudo
Sò lhe falta a mulher
para morrer com ele ,

a mulher que hà nele
no fundo ,
a morta nele que de
noite , ressuscita ,

e pelo dia todo
de cada dia da terra
lhe rouba a alma o
ceptro .
O segredo de ser Senhor
de tudo

Há quase três anos ( 1930 - 2015 )
dava - nos este poema no dilacerante
e polémico A MORTE SEM MESTRE ,
o livro trabalhado para desfazer o mito
onde tantos o queriam encerrar

- como se soubesse que as palavras
que ali dizia eram as últimas , o maior poeta
português desde Fernando Pessoa fez o que
 sempre fez ; baralhou , lançou a confusão ,
recusou - se a ser o que queriam  que ele
fosse .

Numa fatídica noite de segunda - feira ,
um ataque cardíaco levou o bardo -
sabe - se que ele deixou pronto um
livro antes de partir editado pela Porto
Editora .










Sem comentários:

Enviar um comentário

o tempo

escoa - se por entre os teus cabelos em ti as leivas as fontes as fontes e as sementes os mais secretos caminhos em ti as searas ainda futur...