domingo, 26 de fevereiro de 2017

A SOMBRA DA MORTE

a cabeça ficava marcada
invisível , mas quando me
deitava de costas na escuridão ,
sentia uma queimadura na
têmpera , a crosta a ferver
de baixo  , da nuca à testa
interpretava como uma
cicatriz que me acompanharia
atè a morte , o emblema de uma
guerra assombrosa de que jà

esquecemos os pormenores
e o sentido .

Estava ali , ficava ali para
sempre , confundia - se
indissoluvelmente com
o destino .

No entanto , essa marca
garantia que eu era livre ,
fundava nela ( ... )

o meu destino seria
dai em diante irredutível ,

não me sujeitava a nenhuma
regra  alheia ( ... )
porque o prestigio da poesia
è menos ela não acabar nunca
do que propriamente começar
( ... )
vivemos demoniacamente toda
a nossa inocência


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